Esta página contém registros importantes sobre o meu trablho como professora de Língua Portuguesa da Escola Machado de Assis, Igrejinha -RS. Estas postagens servem como relatórios das atividades propostas pelo curso Gestar II, oferecido a toda rede, sendo este ministrado pelo também professor Cassiano Haag.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

TP 3: Estilística


A noção de estilo e o objetivo da Estilística
Compreender a noção de estilo no domínio da linguagem e o objetivo da Estilística.

Leitura do texto: Cada um é cada um

Cada um é cada um, diz a sabedoria popular. E, ouvindo diferentes pessoas
contarem o mesmo gol, chega-se à conclusão de que esta é uma verdade inquestionável,
uma lei irrefutável.
Alguns falam rapidamente, outros são lentos, alguns têm um vocabulário rebuscado,
outros inventam gírias, uns capricham nos erres, outros deslizam nos esses,
Já nos referimos aos sentidos da palavra estilo na linguagem do dia-a-dia. O
mais geral deles aplica-se a toda criação que apresenta traços individuais, inconfundíveis.
Aí se inclui o sentido lingüístico: o modo como o falante constrói sua fala.
O trecho a seguir, retirado de um texto escrito por José Roberto Torero e publicado
na coluna de esportes de um jornal, traduz a opinião bem-humorada do autor
sobre os modos peculiares de cada radialista esportivo anunciar o mesmo gol em um
jogo de futebol.
uns são fanhos, outros são gagos etc... E cada um conta o gol que viu de um jeito
particular, único.
[...]
O narrador objetivo falaria:
“Aos 23 min do segundo tempo, Luís Fernando cruzou para Trindade, que
cabeceou a bola e fez 2 a 1.”
O econômico diria: “Luís. Cruzamento. Trindade. Cabeça. Bola. Redes. Gol.”
O interrogativo: “E não é que o Paysandu ganhou, mesmo depois de estar
perdendo? Quando aconteceu a virada? No meio do segundo tempo, você acredita?
Quem fez o cruzamento? O Luís Fernando. Para quem? Para o Trindade, sabe aquele
que entrou no fim do primeiro tempo? E o que o Trindade fez? Cabeceou para o gol.
Assim o Paysandu está no final contra o Cruzeiro e a dois jogos de disputar a Libertadores
da América, não é demais?”.
[...]
O matemático: “Aos 23 min e 12 s do tempo segundo, o atleta de número 6 fez
um cruzamento parabólico a cinco passos da linha lateral, pondo o círculo na cabeça
do atleta de camisa 16, sendo que este solucionou o problema desviando a esfera
a 45º de sua posição referencial, fazendo-a alojar-se no canto baixo do delta, a 12
centímetros da mão esquerda do palmeirense de camisa número 1.”
O rabugento: “Depois de várias tentativas fracassadas, o Luís Fernando finalmente
acertou um cruzamento, fazendo a bola, sabe Deus como, chegar à cabeça
do Trindade, que, enfim, estava onde devia estar. Contando com a ajuda dos zagueiros
palmeirenses, uns cabeças-de-bagre, ele subiu e desviou a bola sem muita força,
mas o goleiro, mal colocado, não conseguiu defender.”
[...]
O caipira: “Uê, gente, ses não viram, não? Foi assim, ó: O Luís Fernando deu
uma bicanca, e a bola foi parar no meio do fuzuê, onde tava o Trindade. Aí o
danado triscou de cabeça, assim meio de banda, e a bola foi parar lá dentro da rede.
Nem que o goleiro fosse passarinho, ele pegava não.”
Ou seja, cada um é cada um, e cada gol é muitos.

Folha de S. Paulo, “Esporte”, 30/07/2002, D3.

Após a leitura, podemos concluir que há diferentes estilos de tratarmos a mesma informação e que cada um, poderá trazer um resultado diferente.

A partir dessa conclusão, levei alguns desenhos de estilos de roupas, para que cada um escrevesse o que achava que combinava mais com cada mulher/garota:

Depois, pedi que formassem pequenos grupos e que cada integrante teria seu próprio estilo. Assim, deveria dramatizar algumas situações previamente escolhidas para vermos, como cada tipo de pessoa encara a sua maneira uma situação atípica.

Exemplos:
- a filha conta à mãe que reprovou na escola;
- uma garota, não muito bonita, ganha um concurso de beleza e causa desequilíbrio emocional em suas concorrentes; etc

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